Os
olhos foram feitos para ver coisas insólitas,
fez-se a alma
para gozar da alegria e do prazer.
O coração foi
destinado a embriagar-se
na beleza do amigo ou na aflição
da ausência.
A meta do amor é voar até o
firmamento,
a do intelecto, desvendar as leis e o mundo.
Para
além das causas estão os mistérios, as
maravilhas.
Os olhos ficarão cegos
quando virem que
todas as coisas
são apenas meios para o saber.
O
amante, difamado neste mundo
por uma centena de
acusações,
receberá, no momento da união,
cem
títulos e nomes.
Peregrinar nas areias do deserto
nos
exige suportar
beber leite de camelo,
ser pilhados por
beduínos.
Apaixonado, o peregrino beija a Pedra
Negra
ansioso por sentir mais uma vez
o toque dos lábios
do amigo
e degustar como antes o seu beijo.
Ó alma,
não cunhes moedas com o ouro das palavras:
o buscador é
aquele que vai
à própria mina de ouro.
Foto: sohaila adela in Flickr
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